Já passou da hora de quebrar o tabu sobre mulher dirigindo, não é? Até porque todo esse preconceito em torno do sexo feminino ao volante não passa de uma grande mentira!
Afinal, não param de sair pesquisas com resultados que apontam para a tendência de que mulher dirige melhor que homem. Uma das mais recentes aponta que, no estado de São Paulo, os homens foram responsáveis por 16 vezes mais acidentes de trânsito que as condutoras.
Dados referentes aos relatórios do InfoSiga SP, que reúne informações da Polícia Civil e da Rodoviária Federal, mostram que a quantidade de óbitos de condutores do sexo masculino, por acidente de trânsito, também é maior.
Será mesmo que mulher no volante é perigo constante? Neste post, você verá mais informações que vão ajudar a deixar esse mito de lado e valorizar as habilidades de uma mulher dirigindo. Então continue lendo!
Respondemos as perguntas:
Mulher e volante: como é a relação dessa dupla?
Conhecer os detalhes da história das motoristas vai ajudar a entender por que, atualmente, ainda existem tantos mitos em torno da capacidade feminina de dirigir um automóvel. Mas já podemos adiantar que todas essas ideias foram construídas em torno de informações que não são verídicas. Afinal, as mulheres mostram que arrasam não só ao volante, como em qualquer situação!
Quem foi a primeira mulher a dirigir?
Para começar, você sabe quem foi a primeira mulher a dirigir um veículo automotivo? O nome dela é Bertha Benz. A alemã marcou a história por ser a primeira pessoa do sexo feminino a conduzir um carro por uma longa distância.
Vale a pena também conferir a história dos automóveis. Em 1769, surgiu a primeira carruagem movida a vapor, que deu início a uma nova era do transporte. Isso porque, em seguida, diversos novos projetos foram construídos, até chegarmos nos carros altamente tecnológicos que conhecemos atualmente.
Consegue adivinhar quando Bertha, a primeira mulher a dirigir, pegou o volante? Isso só aconteceu em 1888 — quase 100 anos depois da invenção desse meio de transporte.
Com muita engenhosidade, Bertha percorreu um caminho de mais de 100 quilômetros em uma estrada de terra, consertando com as próprias mãos todos os problemas que o terceiro modelo do Patent-Motorwagen apresentou pelo caminho. Não foi à toa que ela ficou conhecida como a mãe do automóvel.
Talvez você tenha percebido um detalhe curioso no sobrenome dela. Isso porque a primeira mulher a dirigir um carro era casada com Karl Benz, engenheiro que deu início à marca alemã que conhecemos hoje por Mercedes-Benz.
Quando as mulheres puderam dirigir?
Você pensa que um novo mundo logo se abriu para as mulheres que dirigem após Bertha? Definitivamente não. No Brasil, pelo menos, levou muito tempo até que elas pudessem conduzir o próprio automóvel pelas ruas.
Pois é: se o preconceito com mulher dirigindo é enorme atualmente, cerca de 100 anos atrás, esse problema era ainda maior. Na França, a primeira que conseguiu a carteira de habilitação foi a Duquesa d’Uzérs, no ano de 1898.
No Brasil, foram necessários ainda muitos anos para que isso fosse permitido. No entanto, tivemos duas pioneiras que, diante de muita luta para conquistarem seus direitos básicos, conseguiram a permissão para dirigir. Essas são Maria José Pereira Barbosa Lima e Rosa Helena Schorling, que, em 1932, estrearam o volante, com autorização para dirigir carros. No ano seguinte, Rosa Helena ainda conseguiu permissão para conduzir motocicletas.
Em muitos outros países, essa permissão demorou ainda mais tempo para sair. Na Arábia Saudita, por exemplo, as mulheres só puderam dirigir carros a partir de 2018! Antes disso, elas só eram permitidas como passageiras e, para andarem apenas com o motorista, precisavam de autorização de seus tutores, como maridos, pais ou irmãos.
Por que existe preconceito com mulher dirigindo?
Na verdade, não existem motivos concretos para que haja um entrave mulher dirigindo. Tudo isso é apenas fruto de uma estrutura social construída em torno do machismo.
Alguns podem dizer que as mulheres dirigem mal. No entanto, os dados apontam justamente o contrário. Como visto, os homens são capazes de proporcionar cerca de 16 vezes mais acidentes — e ainda são maioria em número de óbitos por acidentes fatais de trânsito.
Isso significa que os homens nasceram com habilidades inferiores às mulheres para dirigir? Não! O que acontece é que toda a influência sociocultural fez com que pessoas do sexo feminino desenvolvessem competências que ajudam a dominar o volante com muito mais cuidado e atenção.
Vale destacar que todo esse mito criado em torno de uma mulher dirigindo moto, carro, entre outros, também faz com que as mulheres redobrem a atenção ao conduzir um veículo automotivo, desde o período da autoescola. Desse modo, é possível evitar uma série de problemas, inclusive acidentes fatais.
Mulher dirigindo: sabe quais são as 4 principais habilidades delas?
Quer saber quais são os diferenciais das mulheres que dirigem bem? A seguir, confira 4 das habilidades que mais se destacam no sexo feminino quando o assunto é dirigir automóveis.
1. Têm maior grau de atenção aos detalhes
Ao longo do desenvolvimento da sociedade, houve algumas divisões de papéis de acordo com o gênero. Enquanto os homens costumavam ficar responsáveis por trabalhar e garantir todos os recursos necessários para a casa, as mulheres tinham a tendência de manter o lar em ordem e cuidar dos filhos.
É claro que essa divisão não é regra, e, cada vez mais, as pessoas estão entendendo a importância da igualdade social, em particular entre homens e mulheres. No entanto, todo esse histórico fez com que elas desenvolvessem competências extras, que ajudam na condução de veículos.
A atenção aos detalhes é um exemplo disso. Afinal, como foram tradicionalmente responsáveis por cuidar de tudo na casa, as mulheres desenvolveram um olhar analítico sobre as situações.
Isso faz toda a diferença ao assumir o volante em estradas e rodovias, em que há diversas pessoas em trânsito. Dessa forma, qualquer mudança pode ser decisiva para tomar uma decisão, e as mulheres conseguem observar essas alterações de forma mais minuciosa e ágil.
2. São capazes de fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo
Outra competência que foi desenvolvida pelas mulheres é a capacidade multitarefa. Isso diz respeito a uma divisão mais equilibrada da atenção, de modo que mais de uma atividade recebe o cuidado que precisa para ser desempenhada, mesmo quando se trata de múltiplas atividades combinadas.
Nem precisamos falar que, no trânsito, é preciso prestar atenção em mais de um fator. Observar a movimentação na frente, nas laterais e atrás do veículo, por exemplo, é fundamental, ao mesmo tempo em que é necessário realizar manobras para seguir o caminho.
Ainda por cima, é preciso estar de olho nos sinais que o veículo apresenta, como a necessidade de manutenção no motor, nas rodas e em vários outros componentes. Além de, é claro, a importância de planejar a rota, observar os níveis de combustível, dar atenção para o limite de velocidade etc.
Só de ler todas essas atividades, bate uma canseira, não é? Ao longo do tempo, prestar atenção em tudo isso se torna automático. Acontece que as mulheres, por estarem acostumadas a gerenciar diversas tarefas ao mesmo tempo, naturalmente dominam essa competência com mais facilidade.
3. Têm melhores reflexos na direção
Você se lembra do que falamos sobre a atenção no trânsito? Saiba que os processos atencionais são essenciais para tomar uma decisão, seja ela consciente ou não.
E o que isso tudo tem a ver com dirigir? Mais atenção no que se está fazendo enquanto conduz um veículo ajuda também a desenvolver melhores reflexos na direção. É por esse motivo que as mulheres se destacam também nesse quesito.
Outro ponto relevante sobre a direção defensiva é a importância de conduzir um veículo pensando no trânsito como um todo. Desse modo, prestar atenção nos movimentos realizados pelos outros motoristas, pedestres e demais pessoas é fundamental para antecipar problemas e soluções.
É daí que surge a importância dos reflexos ao dirigir. Com isso, as chances de prevenir um acidente são maiores. Entende agora por que as mulheres estão menos envolvidas nesse tipo de problema no trânsito?
4. São mais cautelosas e menos agressivas
É claro que a soma de todas essas habilidades resultam em uma maior cautela ao dirigir. Além disso, é preciso prestar atenção em alguns fatores hormonais e sociais que fazem com que os homens tenham a tendência a serem mais agressivos.
A testosterona é um hormônio predominante no sexo masculino. Porém, foi observado que ela, sozinha, não aumenta a agressividade. Um fator muito influente, no entanto, é toda a construção social em torno da figura do homem, que foi responsabilizado por proteger o território e tudo mais.
Dessa forma, apesar disso não ser uma desculpa para crimes e outros atos, ainda é comum que os homens ajam de forma mais violenta dentro e fora do trânsito. Por outro lado, as motoristas apresentam uma maior tendência a serem mais tolerantes e menos agressivas, adotando comportamentos mais seguros ao dirigir. Inclusive esse é um diferencial e tanto — principalmente para uma mulher dirigindo caminhão e outros veículos de grande porte.
Viu só por que uma mulher dirigindo é um sinal de confiança e segurança? Além de os dados apontarem algumas habilidades que destacam o sexo feminino na condução, ter mais mulher dirigindo também é sinônimo de empoderamento e conquista de direitos.
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